sábado, 19 de março de 2016

Confession of young proletarian - J. F. Lisboa

I tattooed myself
I stuck my ear
The scars are on my bedroom wall
But my skin remains the same
On the bones of rage and love

I let my hair grow
I ignored the spines
I stopped eating so much fat
I started to work hard
I heard the reason for everything and everyone

There are colors on every damn corner of life

Rings on fingers, few large nails
A Les Paul to brighten the day
Nothing would make me better than misery

For it is in human hearts
And perfectly with dreams

Upon returning home, an electric samba
In particular carnival
My dear was sitting on empty
She smile when she heard the door open
And knowing that the band will pass


Singing love things

I'm just someone who woke
That does not let die

Now I know what's worth fighting
Who has music ever suffer from loneliness



De Neve - J. F. Lisboa

Eu estava lá
Eu amei te ver
Não é você quem
Tem aquele sorriso
Que brilha na escuridão?

Você também estava lá
Eu estava tão imaturo
Me desculpe
E quando bate aquela saudade
Parto veloz à minha terapia romana

Eu achava que nossa história
Estivesse em primeiro plano
Bom, pelo menos, para mim estava
E não cansando da verborragia "estar"
Continuarei dizendo, estou a sua espera

Estou apaixonado
Estou te amando
Quantas mais vezes terei que dizer
Até que você possa entender
Que não há nada que eu não faria
Pensando amplamente em ti

Há você em tudo que fiz
Fazer e estar estão fazendo tanta distância
E meu amor extenso
E você, tão digna de todo o (meu) amor do mundo
Eu quero voltar a ser seu
Você é a minha musa
Mas você se foi

E POR QUE INFERNOS VOCÊ TAMBÉM ME DEIXOU IR?!

Eu sempre estive lá por você
Eu sempre queria te apoiar
Eu jamais iria te abandonar
Eu só queria que você confiasse em mim
Mas você nunca confiou
E caso se arrependa
De tudo que causou em minhas liras
Lembre-se: você me deixou ir

sexta-feira, 18 de março de 2016

Manifesto - J. F. Lisboa

"Quando os cavalos vierem
Jogue bolinhas de gude
Lembre-se disso no desfile
Faça com que confessem
Mas, por favor, não seja rude"

Disse o meu pai a caminho
Da passeata contra o desleixo
Há quem diga: era insolação!
Contudo, eu não estava sozinho
Era eu por mim, e pelo meu queixo

Jamais entendi o líbero motivo
Porque teria que jogar?
Eles deveriam nos defender
Um dia hei de ser menos altivo
E saber quando devo lutar

"Olá, meu nome é Gatilho
Nasci doente, cego e burro"
Escutei o toco de aço dizer
Porque antes da pólvora é o rastilho
E antes da palavra é o murro

Então a cavalaria chegou
Não tive tempo para fugir
Abri o saco das bolinhas
Sobre o asfalto correu o terror
Àqueles que não tem a quem seguir

Vociferaram com canos brutais
Olhos chamejantes e opressores
Nada sabiam, nenhuma razão
Então, assim como meus ancestrais
Sambei na avenida dos horrores

 

quinta-feira, 17 de março de 2016

O Mar - J. F. Lisboa

Todos os dias, escravocratas andam dez milhas
E ao chegar no penhasco, não sabem o que fazer
Empresários corruptos pisam em empregados
Quando não têm nada em jogo a perder
Extraordinários malfeitores escondem o roubo
Para uma causa nobre conseguir defender
Eu navego no mar dos quebrados e dos crentes
Neste mar não existem correntes

Senhores de engenho acorrentavam inocentes
Pulsos negros em senzalas não viam a luz
Capatazes chicoteavam os homens sem forças
Mas em suas mentes pesava a própria cruz
Latifundiários sobreviveram ao novo milênio
Porém suas gravatas não fazem o mesmo jus
Eu navego no mar dos quebrados e dos crentes
Neste mar não existem correntes

Fingidos caminham nas ruas esquadrinhando
Cada esquina que lhes dever um oportunismo
Mendigos clamam, choram e sonham alucinando
Por alguma nova chama de salvação ou altruísmo
Nossa sociedade ruma ao maltrato gratuito
Não se valoriza a solidariedade nem o heroísmo
Eu navego no mar dos quebrados e dos crentes
Neste mar não existem correntes!


 

Conversa de Bardo - J. F. Lisboa

Chamem todos os nossos artistas
Premiem os falsos humoristas
Nesta temporada da Ignorância
Que saibam usar da sua boa ironia
Onde couber qualquer distância
Pois não ausente-se na terapia
Longe de toda discrepância

O padre prega a paz
Que o vento leva e traz
Suas palavras de compreensão
Apenas as dívidas externas
Entre o amor e compaixão.

E nas bombas e fogos
Lançados ao acaso
Lembre-se que:
Jamais matam nossa fome
Mas sempre alimentam
Nossa desgraça

Eis que me fiz de santo
A imagem acolhedora
Quando, na intrínseca sinceridade,
Era o demônio.
Que pelo poder da verdade
Enquanto vivo, conquistou
O Universo.
Pois é muito censurado,
Mas acontece frequentemente
que com aspecto de devoção e piedade
Adoçamos o próprio demônio.